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ESG: o que significa e por que se tornou tão importante?

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ESG, são apenas três letras, porém seu significado traz uma nova imagem para as empresas que aderem. A sigla ESG significa Environmental, Social and Governance, e em português, Meio Ambiente, Social e Governança. As companhias que buscam ampliar seu capital e querem estar alinhadas às expectativas de seus clientes, precisam começar a implementar essas normas internas de conduta.

Devido ao aumento crescente da preocupação do mercado financeiro sobre sustentabilidade, o ESG ganhou visibilidade. Porém, deve-se ressaltar também os desafios à adoção. Como as questões ESG vêm sendo tratadas dentro das empresas? Quais são os principais desafios do mercado brasileiro neste sentido? Estas são as principais questões levantadas pela nova pesquisa “Visão do Mercado Brasileiro sobre os Aspectos ESG”, da Bravo Research, consultoria em tecnologia especializada em Governança, Riscos, Compliance e ESG.

A pesquisa entrevistou 139 executivos, dentre os quais, 84% são líderes e gestores de médias e grandes companhias. 68% deles têm idade superior a 45 anos, e que atuam nos mais diferentes ramos de atividade como Varejo, Indústria, Tecnologia, Educação e Instituições Financeiras.

Em resumo, o estudo mostra que, apesar do tema estar muito em voga, as organizações ainda estão desbravando a sigla e compreendendo como ela impacta no dia a dia de pessoas e empresas.

Um pouco da história do ESG

Primeiramente, antes de falar dos desafios e benefícios, vamos explicar um pouco da história do ESG. Afinal, é preciso entender a história por trás desse assunto, para que a conduta seja implementada com relevância na rotina organizacional.

No recente webinar, “Agenda ESG: uma revolução nos negócios e na sociedade”, realizado pelo Correio Braziliense e KPMG (empresa de prestação de serviços profissionais, que incluem Audit, Tax e Advisory Services), a sócia-líder da KPMG, Nelmara Arbex, contou que o tema ESG começou a ganhar notoriedade — ainda que não tivesse esse nome — no final dos anos 1940, a partir da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Segundo ela, “a sociedade, governos e empresas entenderam que era preciso um bem-estar para a humanidade”, após a tragédia da Segunda Guerra Mundial.

Oficialmente, o termo ESG foi criado em 2004 em uma publicação do Banco Mundial em parceria com o Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU) e instituições financeiras de nove países. O documento “Who Cares Wins” estabeleceu as bases do investimento sustentável, hoje encarado como urgente.

No período, 20 instituições financeiras de nove países distintos, incluindo o Brasil, participaram de uma reunião para desenvolver diretrizes de como inserir questões sociais, ambientais e de governança na gestão de ativos, serviços de corretagem de títulos e pesquisas relacionadas ao tema.

No final do relatório, a conclusão obtida foi que a inserção desses fatores no mercado financeiro resultava em um setor empresarial mais sustentável e com melhores resultados para a sociedade.

ESG: um investimento em ascensão

De acordo com a Blomberg, empresa de tecnologia e dados para o mercado financeiro e agência de notícias operacional, o total mundial do mercado empresarial ligado ao ESG representou, em 2020, US$38 trilhões. Número que e deve chegar a US$53 trilhões em 2025.

Além disso, um relatório publicado pela PwC – uma das maiores multinacionais de consultoria e auditoria do mundo –, informou que em 2021, 77% dos investidores de instituições pesquisadas planejavam deixar de comprar produtos de empresas não vinculadas ao ESG em um intervalo de dois anos.

No Brasil, as empresas Morningstar e Capital Reset fizeram um levantamento informando que os fundos ESG recolheram R$2,5 bilhões em 2020.

Desafios do ESG às empresas brasileiras

A transição para uma economia de baixo carbono é um dos principais desafios da agenda ESG que se apresenta para o Brasil. Mais do que cumprir compromissos internacionais na preservação do meio ambiente, como ocorrido na COP26, a adoção de práticas sustentáveis constitui uma ação estratégica para que o Brasil tenha melhor inserção na economia globalizada.

A executiva da KPMG explicou como o governo pode contribuir para a agenda ESG e seu desenvolvimento. “Por meio de regulamentações e mecanismos que possam premiar empresas que vão no sentido do ESG é excelente para atrair investidores”, disse. “Então cabe aos governos estimular a concretização desta agenda. Criar ambientes como regulamentações e incentivos fiscais não só ambientais, mas causas sociais”, comentou Nelmara Arbex.

A especialista espera que o governo e o setor produtivo encontrem soluções que vão ao encontro das expectativas contemporâneas. “No próximo ano esperamos a regulamentação do mercado internacional de carbono. O Brasil é apontado como o país que mais pode se beneficiar deste mercado”, disse. “A agenda ambiental e social, estabilização de empregos, qualidade de vida e melhora para o agronegócio”, completou a especialista.

Questões importantes ao ESG

webinar promovido pelo Correio Braziliense e pela KPMG também abordou outros pontos da agenda ESG, como a diversidade social. Nelmara Arbex lembrou a importância de se buscar a diversidade no conselho das empresas. Mencionou estudos que atestam melhores resultados financeiros e de inovação por empresas lideradas por mulheres.

A visão de Nelmara vai de encontro a de Fábio Alperowitch, especialista em investimentos ESG, é sócio da FAMA Investimentos Fundou, onde é responsável pela gestão do fundo de ações de empresas brasileiras, focado em companhias com responsabilidade social e aderentes às boas práticas de ESG.

 “É a falácia de que a empresa será sustentável ou rentável. É perfeitamente possível se desenvolver e ter retorno financeiro e, ao mesmo tempo, adotar práticas responsáveis”, defendeu Alperowitch, no I Fórum ESG Salvador, realizado em meados de maio, de acordo com matéria publicada no Correio 24 horas.

Outra concepção que precisa ser combatida, na visão de Alperowitch, é de que apenas as grandes corporações podem investir em ESG. “Há centenas de atitudes simples que podem ser adotadas por empresas pequenas e que não são custosas. Como, por exemplo, incentivar o uso de transporte público e disseminar informações de combate ao racismo entre os funcionários, entre inúmeras outras.”

Autor do livro “Introdução ao ESG”, o consultor e professor Augusto Cruz considera fundamental que o tema seja liderado pela alta direção das empresas. “Consiste no conjunto de decisões destes executivos em adotar boas práticas de geração de valor. Inserindo em seu direcionamento estratégico os temas relacionados a mudanças climáticas, meio ambiente, erradicação de pobreza e redução das injustiças sociais”, ressaltou no Fórum.

ESG, gestão de processos e seus retornos

A gestão dos processos dos aspectos ESG requer investimentos e acompanhamento para compreender sua extensão, impacto e seus retornos. O desafio é grande e, como todo processo, requer aprimoramento constante. Deve ser iniciado, testado, medido, aprimorado, estabelecido, medido novamente e seguir sempre um ciclo contínuo.

A governança, dessa forma, se revela como a chave para destravar os desafios e encontrar respostas que já estão dentro da organização, mas que precisam ser estruturadas e orientadas para serem capazes de gerar resultados. Uma organização consciente da influência da governança sobre suas iniciativas e ações tem o poder de realizar mudanças e influenciar todo um setor e o mercado.

Empresas com ESG têm relevância no mercado

Todas as empresas, independentemente do seu porte, devem e precisam adotar práticas de governança em sua conduta. A agenda ESG não necessita apenas de uma mudança de pensamento e de cultura. É preciso comprometimento, esforço e transparência das organizações, para que não sejam apenas praticadas ações que servem mais para a promoção de marcas do que trazer um propósito real para gerar impactos positivos na sociedade e no meio ambiente.

Essas medidas podem causar resultados significativos em diferentes setores de uma empresa, seja no âmbito financeiro, de RH, comercial, administrativo, marketing ou jurídico. Portanto, antes de implementar qualquer ação ESG em uma companhia, organizar e unificar os setores com as normas desta prática, é fundamental.

1 Comments

  1. Guilherme disse:

    Concordo com o texto , pois é possível desenvolver e trazer retorno financeiro, mas ao mesmo tempo adotar práticas responsáveis.

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