A primeira semana de junho é marcada por ações em prol do meio ambiente. A iniciativa vem ganhando força ao longo dos anos, desde que recomendada pela na Conferência da ONU (Confederação das Nações Unidas) sobre o tema, em Estocolmo, na Suécia em 1972. A ocasião foi a primeira grande reunião com chefes de estado para tratar das questões relacionadas à degradação do Meio Ambiente.
No Brasil, entretanto, a data foi instituída em 1981. Quando, através do Decreto Federal 86.028/81, o governo estabeleceu que neste período (1 a 5 de junho) em todo território nacional se promovesse a Semana Nacional do Meio Ambiente – que tem por finalidade apoiar a participação da comunidade nacional na preservação do patrimônio natural do País. Ao fim da semana, no dia 5, é comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente.
Com o objetivo de promover uma conscientização efetiva global, a cada ano é determinado um tema que irá pautar as ações consideradas mais urgentes na ocasião. Este ano, o mote foi ‘Biodiversidade’ (em 2019, ‘Poluição do ar’ e 2018, ‘Acabe com a poluição plástica’. Confira o histórico integral aqui)
De acordo com o divulgado pela ONU, “o Dia Mundial do Meio Ambiente 2020 pede ações urgentes para proteger a biodiversidade”. Em 2015 foi definida a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Isto é, um plano coletivo entre a ONU e Chefes de Estados com o objetivo de, através desta parceria global, alcançar um futuro melhor e mais sustentável para todos.
O então chamado ’Objetivos de Desenvolvimento Sustentável’ conta com 17 metas. “desafios globais relacionados à pobreza, desigualdade, mudança climática, degradação ambiental, paz e justiça. Esses objetivos são interconectados e interdependentes: o avanço de um contribui para o avanço dos outros – e a biodiversidade é fundamental para todos eles”, descreveu a ONU.
Vale ressalvar que a Semana Mundial do Meio Ambiente visa, sobretudo, promover maior conscientização à população, realizando ações na mídia, escolas etc. Entretanto, cabe a todos nós a compreensão sobre a importância do tema e cuidado diário sobre nossas atitudes e escolhas. A boa notícia é que na avaliação de Paula Grechinski, cofundadora da ONG Parceiros do Mar, é notável a mudança de cultura nas pessoas quanto ao descarte do lixo e escolha por produtos reutilizáveis, desde que a ONG foi fundada, há oito anos.
“Quando realizamos mutirões de limpeza, por exemplo, notamos que ao conversar com banhistas a maioria deles já está bastante consciente e demonstra muita empatia com a causa, além de ter preocupação com seus resíduos e destino correto”, comemora.
De fato, as questões ambientais estão entre as preocupações dos brasileiros. Uma pesquisa realizada com participantes de 16 países pela Ipsos – empresa global de pesquisas –, comprovou que a pauta da preservação ambiental não perdeu sua relevância, mesmo em um cenário de pandemia. Na opinião de 85% dos brasileiros, a proteção do meio ambiente deve ser uma prioridade do governo no plano de recuperação do país pós-Covid-19.
O Brasil, inclusive, está entre os mais preocupados com o assunto, ocupando o terceiro lugar entre a população que mais espera atitudes governamentais no que diz respeito à defesa do verde. (A China está no topo, com 91%, seguida de Índia e México, empatados com 89%).
“Um dos motivos pelo qual a maioria esmagadora dos ouvidos brasileiros enxerga a relevância da proteção do meio ambiente no contexto atual pode estar relacionado à uma preocupação com o próprio bem-estar. Os 85% acreditam que problemas como degradação ambiental, poluição, desmatamento e mudanças climáticas representam uma séria ameaça à saúde”, destacou o estudo da Ipsos.
A ONG Parceiros do Mar foi fundada em 2012 e na origem o trabalho era voltado para questões de segurança no mar. “Uma sensibilização aos riscos existentes neste ambiente e atitudes para evitar acidentes”, explica a cofundadora. Isso porque a iniciativa se deu após o falecimento da surfista Renata Turra Grechinski, que teve o leash de sua prancha enroscado em um artefato de pesca clandestina enquanto surfava. “A Parceiros do Mar surgiu com o intuito de chamar atenção para esse problema, o lixo submerso que tirou a vida de uma pessoa.”
Atualmente, de acordo com Paula, o trabalho tem se voltado mais para questões de sensibilização e educação ambiental, com mutirões de limpeza de praia e proteção do meio ambiente, bem como, atitudes mais sustentáveis, independente se as pessoas estão na praia ou cidade. “O repensar hábitos de consumo, justamente para evitar o grande número de resíduos.”
“Conseguimos uma mobilização e movimento de pessoas.
Uma grande onda que nos leva a ter atitudes
que demonstram esse amor pela vida e amor pelo planeta.
O cuidado com o ambiente e outras pessoas.
Essa é a mensagem que a Parceiros do Mar traz”
Paula Grechinski, cofundadora da ONG Parceiros do Mar
O primeiro mutirão aconteceu em 2013 com o objetivo de retirar os lixos da praia e subaquáticos. Devido ao sucesso, a Parceiros do Mar seguiu realizando tais ações com bastante frequência em praias do Paraná. Paula estima que já foram coletadas mais de 30 toneladas de resíduos desde o primeiro mutirão de limpeza de praia.
A definição dos locais se dá pela demanda, convite de instituições – muitas vezes recebem solicitações e convites, conta a cofundadora do projeto. O trabalho pode ser acompanhado pelas mídias sociais, Instagram e Facebook, além de grupo no WhatsApp. Através dele, são convocados os voluntários para as ações que vão acontecer etc. Para ingressar no grupo, basta entrar em contato pelo Instagram da ONG.
O Terceiro Setor [termo utilizado para definir organizações de iniciativa privada, sem fins lucrativos e que prestam serviços de caráter público, como ONGs, por exemplo] frequentemente encontra dificuldade em ter recursos humanos, uma vez que nem sempre as pessoas têm tempo para executar projetos de maior escala de tempo de forma voluntária.
Inclusive, este é um dos maiores déficits, de acordo com o estudo da Fundação Salvador Arena [ONG voltada à educação], que mapeou dificuldade de ONGs da Grande São Paulo e Baixada Santista. “O maior problema em estrutura institucional e organizacional é a falta de recursos humanos”, apontou a pesquisa. Na ocasião, 80% das organizações estavam com a equipe técnica sobrecarregada para implantar e executar projetos.
E na Parceiros do Mar não é diferente. De acordo com Paula, ações que demandam mais tempo para elaboração nem sempre se concretizam por falta de pessoas que tenham disponibilidade para executar projetos de maior envergadura.
Já no quesito financeiro, ela conta que além do apoio e patrocínio de empresas, há captação de recursos por meio da venda de produtos, como kits personalizados da ONG ou camisetas. E também pela realização de eventos, como bazares. “Contamos com empresas como a Possebon, por exemplo, que sempre esteve de portas abertas aos nossos pedidos e necessidades quando foi necessário.”
Em suma, a importância desse patrocínio vem no sentido de realmente concretizar as ações, conta a cofundadora. “Em um mutirão de limpeza de praia é necessário haver uma tenda ou guarda-sol para que os voluntários possam se abrigar e materiais para sinalização. Materiais para própria execução, como luvas, saco de lixos, bem como, deslocamento e almoço dos voluntários. As pessoas que atuam na Parceiros do Mar são totalmente voluntárias. O patrocínio ajuda a concretizar as ações.”
O próprio slogan da Parceiros do Mar, “Uma onda de amor pela vida”, visa passar uma mensagem de união e mudança. A partir de uma grande perda, a família uniu forças e passou a lutar pela transformação do cenário. “Conseguimos uma mobilização e movimento de pessoas. Uma grande onda que nos leva a ter atitudes que demonstram esse amor pela vida e amor pelo planeta. O cuidado com o ambiente e outras pessoas. Essa é a mensagem que a Parceiros do Mar traz”, finaliza Paula.
E para você, o meio ambiente também está entra suas preocupações? Conta aqui para gente nos comentários.
Para colaborar com a causa, você pode entrar em contato pelo site da Parceiros do Mar, ou através das mídias sociais. Eles estão no Instagram e Facebook.
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1 Comments
Essas iniciativas são realmente maravilhosas e muito importantes pra que cada vez mais as pessoas estejam engajadas e com maior responsabilidade com o meio ambiente e conhecimento sobre o descarte.