Antes de falar propriamente da parada de manutenção, vamos resumir como surgiu a sua necessidade. Com a evolução técnico-industrial, vieram novos cenários na indústria, ou seja, a mecanização do maquinário e, com isso, os primeiros reparos. A ascensão originou a produção em série que, por sua vez, exigiu equipes especializadas para a função. Neste momento, as máquinas operatrizes precisavam que os reparos fossem feitos em menor tempo possível. Portanto, já não bastava que fosse realizado pelos próprios profissionais que as operavam, como até então.
Para contextualizar, a industrialização no Brasil começou verdadeiramente em 1930 – cem anos após a Revolução Industrial Inglesa. Desde então, o processo de automação industrial ganha cada vez mais força. Ao longo dos anos, a produção só aumentou e a indústria tem enorme significado para economia brasileira. Segundo números da Confederação Nacional da Indústria, o setor representa 21,6% do PIB do país.
O nível produtivo é alto e atualmente grande parte das indústrias funciona em período integral. Devido ao alto impacto da indisponibilidade dos equipamentos que operam em processos contínuos quando sua parada é de forma inesperada, compreende-se, cada vez mais, a importância do planejamento e atuação da área de manutenção no parque fabril. Além de melhorar a eficiência e confiabilidade dos equipamentos, é possível reduzir ao máximo o tempo de indisponibilidade da planta fabril.
A manutenção industrial, em resumo, colabora para que a empresa obtenha melhores resultados no que tange disponibilidade, custo de produção e prazo de entrega. Além disso, a manutenção do maquinário está diretamente relacionada a saúde dos colaboradores. Isto é, problemas atípicos podem ocasionar acidentes de trabalho.
Não é à toa que as paradas seguem normas nacionais e internacionais, todas regulamentadas e acreditadas por órgãos certificados, conforme pontua o coordenador de obras da Possebon, Carlos Ney Farias Nunes.
De acordo com Carlos Ney, a empresa tem papel fundamental na participação e execução. “O objetivo de uma parada de manutenção é manter a integridade dos equipamentos em funcionamento sem que seja necessário paradas de emergência, ocasionando assim uma continuidade de processo com melhores resultados operacionais”, esclarece. “Entretanto, é fundamental toda a expertise em manutenção e logística com recursos e engenharia aplicada para manter o foco nos resultados”, acrescenta o coordenador.
Esta visão é compartilhada pela coordenadora Técnica da Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel (ABTCP), Viviane Nunes. Ela conta que os executivos das fábricas sempre viram a parada geral como uma das operações mais importantes. “O exercício envolve custo, mão de obra e segurança – fatores essenciais para o sucesso de uma empresa.” Segurança, sobretudo, é ressaltado pela coordenadora como elemento-chave. “Estamos cuidando de vidas. Dos funcionários, da comunidade e do prestador de serviço. Os líderes pensam em tudo isso.”
Com o tempo, máquinas e equipamentos sofrem desgastes naturais. As paradas de manutenção, portanto, tem por objetivo restaurar e/ou melhorar as condições dos equipamentos e instalações. De acordo com a Norma NBR 5462, há três tipos de manutenção com significados, ações e objetivos completamente diferentes. São eles:
Segundo a NBR 5462, a definição de Manutenção Preventiva é “toda manutenção efetuada em intervalos predeterminados, ou de acordo com critérios prescritos, destinada a reduzir a probabilidade de falha ou a degradação do funcionamento de um item”.
Em outras palavras, ela destaca-se por ser realizada periodicamente a fim de reduzir as deteriorações dos equipamentos, prevenindo, assim, a corrosão, fadiga e outras formas de deterioração. “A parada preventiva é uma parada programada, onde o objetivo é se fazer um planejamento de manutenção com menor impacto na produção”, resume o coordenador de obras da Possebon, Carlos Ney.
“Manutenção que permite garantir uma qualidade de serviço desejada, com base na aplicação sistemática de técnicas de análise, utilizando-se de meios de supervisão centralizados ou de amostragem, para reduzir ao mínimo a manutenção preventiva e diminuir a manutenção corretiva”, conforme descrito na NBR 5462.
Em resumo, ela indica o tempo de vida útil dos componentes das máquinas e equipamentos antecipando a necessidade de serviços de manutenção. Com isso, além de aumentar a tempo de disponibilidade e vida útil deles, reduzir as paradas de emergência.
Por fim, a Norma NBR-5462, coloca a Manutenção Corretiva como “a manutenção efetuada após a ocorrência de uma falha (ou pane), destinada a recolocar um item em condições de executar uma função requerida.”
Ainda assim, há as corretivas não planejadas, que podem ocorrer por falhas prematuras em peças ou falta de acompanhamento no equipamento. Neste caso, o cenário tente a ser mais caótico uma vez que os procedimentos de conserto são emergenciais. E existem as corretivas planejadas, também chamadas de previsíveis. Estas acontecem quando se percebe uma diminuição no desempenho de um equipamento, por exemplo, sendo possível agendar a intervenção para correção.
De forma geral, a Manutenção Corretiva é a mais penosa e custosa para uma empresa. Afinal, como dito acima, em uma indústria de processo contínuo, uma parada inesperada torna-se crítica, pois a pausa levará tempo considerável para restabelecer todo seu ciclo. Além disso, existe a possibilidade de o defeito se agravar e acabar comprometendo outras partes do equipamento.
O também coordenador de obras da Possebon, Carlos Freitas, explica que, a princípio, é necessário elaborar, em conjunto com o contratante, a programação de trabalho. “Seguir o planejamento é fundamental, além de atender os critérios de desempenho relacionados a qualidade, segurança, meio ambiente e saúde (QSMS) descritos no contrato.” Freitas também elenca algumas questões essenciais para um bom andamento nos serviços de paradas:
A quantidade de pessoas envolvidas, de acordo com Carlos Freitas, depende do tipo de serviço e escopo e envolve equipe multidisciplinar de construção e montagem, engenharia, topografia, inspeção, segurança, meio ambiente, saúde, apoio administrativo e logística.
Carlos Ney complementa que os números de pessoas envolvidas em uma parada dependem dos dados gerados pelo plano de engenharia e planejamento das atividades desejadas pelo cliente. “Só para título de exemplo uma parada de unidade pode ter variadas quantidades de recursos, podendo ultrapassar quatro mil homens em períodos de três a quatro meses.”
Viviane, da ABTCP, também destacou que o planejamento é fundamental nas paradas de manutenção dentro da indústria da celulose. O setor possui um calendário de parada geral há mais de 15 anos. Nele, anualmente a comissão técnica de manutenção da ABTCP – comissão esta que é formada por membros representantes das fábricas de celulose e papel – alinham as datas pré-definidas com todas as empresas. “Depois de equalizar esse calendário, fica acordado entre as empresas que se precisar haver mudança, deverá ser alinhado entre a comissão. Isso é um acordo setorial. Esse grupo está sempre em contato e sinergia”, comenta a coordenadora técnica.
De acordo com ela, o calendário é, inclusive, um balizador de produção. Além disso, com ele, foi possível reduzir custo e melhorar a mão de obra contratada, uma vez que, se houvessem paradas simultâneas, haveria dificuldade de ter muitas pessoas capacitadas para trabalhar.
Viviane conta que as paradas foram afetadas pela pandemia. “O calendário de 2020 foi todo remodelado para o segundo semestre. Nada vai ser como antes.” Uma iniciativa da ABTCP neste período foi a criação do ‘Guia de recomendações para entrar nas fábricas‘.
Nele, há “recomendações de empresas associadas, além de orientações de autoridades e órgãos competentes para acesso e controle da contaminação”, explica a coordenadora. Além disso, também com o objetivo de promover conhecimento, a entidade tem realizado uma série de webinars com temas relacionados à segurança e desafios da indústria 4.0, por exemplo. Os eventos são gratuitos para associados e mediante taxa para público em geral.
Diante da atual conjuntura fica mais evidente a importância do planejamento e, sobretudo, da realização de manutenção preventivas. Carlos Ney, da Possebon, comenta que em um cenário comum, há casos que as peças de reposição dependem de tempo para serem adquiridas ocasionando um tempo maior de parada implicando em aumento de prazo e custos envolvidos nesta cadeia de eventos.
Paradas inesperadas em meio a este momento atípico, por consequência, podem gerar uma pausa consideravelmente maior na produção, uma vez que a logística poderia ser afetada. Entretanto, o coordenador de obras comenta que “os desafios não são muitos quando se faz os controles, planos de manutenção e um bom planejamento de manutenção”, finaliza Carlos Ney.
A Possebon atua no ramo de manutenções há mais de 30 anos. Possuímos corpo técnico especializado nos mais diversos campos de atuação tais como: caldeiraria, elétrica, tubulação, civil, inspeções de equipamentos.
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2 Comments
Ótimo trabalho!
Após perder muito tempo na internet encontrei esse blog
que tinha o que tanto procurava.
Gostei muito.
Meu muito obrigado!!!
Ficamos felizes com seu feedback, Marcos. Esperamos que volte a visitar nosso blog e caso queira dar sugestões de temas ou conhecer melhor nossos serviços, entre em contato conosco por aqui: http://www.possebon.com.br/contato 😉